terça-feira, 27 de novembro de 2012

Em matéria de amor


Antes era vento, agora é só tempestade. Daquelas que não se pode sair de casa e isso dá raiva. Quando se aceita uma mudança interior em função de uma outra pessoa, pode acreditar, você está amando. Mas aí, quando você se determinar a amar alguém e, decididamente entrar pela casa do amor, deixe a porta aberta, caso você precise sair. Porque talvez, aquele que se ama não esteja disposto a te amar de volta. E seu amor necessita ser maior ainda, pra deixar o outro ser feliz. Passada a dificuldade de aprendizado sobre abrir mão do que se ama em prol de uma libertação maior, a vida passa a ser mais simples, "free yourself".






quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Pedras permanecem

A vontade é de ir onde o olhar alcança, longe, sem limites... Até os confins... Mas é preciso ficar; parafraseando Raul, as pedras permanecem no mesmo lugar, talvez seja esse mesmo o segredo da vida, estabelecer lugar ou regaço pra ficar, pra se achar e depois poder ter liberdade pra partir pra d'onde quiser. Liberdade é ficar, e sobretudo dizer não quando se quer dizer sim, porque nem toda liberdade é livre de escolhas.


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O amor é feio ou lixo


O amor não é bonito como os pintores pintam, os músicos cantam e o poetas poetizam. Ele vivido é feio, tem cara de monstro, bicho papão dos meus contos de criança. Ele chega, bate na porta vestido de uma linda donzela, depois vira uma assombração... Machuca todos os dias, incomoda, atrapalha, te induz ao erro... Aonde há beleza nisso? Uma amiga me disse  hoje "nem sempre o amor que você dá é o mesmo que você recebe". Amor: uma balança injusta. Onde um sempre levará prejuízo maior. Realmente, agora entendo o que quer dizer um amor desmedido. O amor que dei, não foi o mesmo que me apaixonei. E mesmo assim, detestando tudo isso, ainda quero amar. 


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Movimento



Pra tudo há um primeiro passo, seja pra dar fim ou seja pra dar início. 

E, passos largos, curtos, apressados ou calmos. Não importa, com tanto que haja passos.




Me diz










Quanta saudade cabe em uma distância de um atlântico?
Quanto choro cabe numa perca?
Quanto orgulho cabe num erro?
Quanto amor cabe dentro de um coração?
Quanto desprazer há numa despedida?
Quanto tempo se gasta amando?
Quanto de mim ainda tem em você?
Quanto de você ainda vai ficar em mim?

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Nua

Eu me despi
Nua em pêlos
Não me refiz

Tanta vergonha
Olhos baixos
De tudo que fiz

Só agora lembro
Das palavras amargas
Escritas com giz

No peito restam
Marcas a ferro 
Feridas e cicatriz

Talvez pra me lembrar
Que quase não morri
De amor por um triz




quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Era uma casa muito engraçada

"Já morei em tanta casa que nem me lembro mais..."

Nesse ano já morei em três casas, em lugares distintos, a última em que me instalei eu não a amo, estou localizada no endereço todas as noites, exceto final de semana, mas não moro lá, não sinto minha casa. O meu eu não faz moradia lá, apesar de gostar e ter necessidade de rotina, não está adiantando muito programar os meus passeios pela casa e minhas atitudes calculadas de subir escadas, apagar luz do corredor, abrir e fechar a porta, colocar a bolsa em cima da cama, tirar a roupa, ir para o banho, fazer algo pra comer e depois desabar na cama. Nada disso tem surtido efeito. Não me sinto à vontade na minha própria casa, falta algo, falta alguém, faltam risadas, faltam conversas, falta tanta coisa... 

Acordo no meio da noite, ainda não é hora de levantar... Acordo cedo pela manhã ainda não é hora do despertador tocar...

Preciso de escuro pra dormir e silêncio, nada disso existe lá. Estou cansada de ir pra casa, quero ir pra outro lugar, um lugar meu, aquele de antes. E as lembranças das minhas outras residências me assombram, eu gostava delas, do que elas representavam pra mim, das visitas dos meus amigos, da ligações dizendo "Tô passando aí". 

Minha cama de casal, tão imensa pra o meu corpo tão pequeno. Me agarro aos travesseiros e edredons, olho pro teto, reflito, fico louca, ás vezes, deliro. Estou ali, mas distante de tudo que me diz estar presente, viajo no passado e me teleporto pra um paraíso imaginário. Só assim alcanço o cansaço da minha mente, consigo dormir e começar tudo novamente, como se isso fosse algo bom, o que não é.

Sabe o que eu queria, gargalhadas pela casa, cheiro de comida pra dois, brigas pelo controle remoto, discussões infantis sobre time de futebol, dormir em um dos cantos da cama, não quero mais ser o centro, quero ser metade, a sua metade. Quero pernas repousadas no meu quadril, roncos de cansaço, abraços de frio, esquentar meus pés nos teus e sentir arrepio, quero carinho e carícias ao longo da noite... Quero tudo e quero logo.


Aquela casa não meu cabe, não me acolhe. Tem chão, mas não sinto meus pés firmes. Tem teto, mas parece vão. Tem cômodos, mas são incômodos. Tem vizinhos, mas é só solidão. Tem tudo o que eu não preciso e tem nada que eu quero. 


"E o medo era motivo de choro, desculpa pra um abraço ou um consolo"

Vem de dentro




Indesejáveis desejos
Sem querer os almejo
Deliro nos meus pensamentos tolos
Nos meus sonhos você se faz de bobo

Cercas o meu pescoço
Com teus braços me envolvo
Busca intensa e paciente
Pela tua vontade iminente

Sentimentos velados
Apesar de esperados
Não vão acontecer
Ilusões de um anoitecer






quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Prolongan(dor)



O dia amanheceu nublado e há muito vento lá fora, parece que o clima de setembro está mudando. E aqui dentro faz frio, eu vejo as pessoas falando que você precisa racionalizar as coisas, que basta acreditar que as coisas acontecem... No mundo em que eu vivo isso não faz o menor sentido. Imagina, eu adoraria poder fazer uso dessa ferramenta, o máximo que tenho conseguido nesses dias difíceis é dar algumas risadas de uns desenhos bobos que tenho visto com os filhos de uma amiga, tenho malhado até chegar a exaustão do meu corpo, pra que eu só tenha um restinho de força, que uso para banhar e me desabar no sono. Esse é o único momento desejável do dia. 
Dormir. Desconectar. Desligar. Pausar. Parar.

Quando acordo, as lembranças retomam seu estado presente, aos poucos vão me remetendo a minha verdadeira realidade, que por sinal tem sido bastante cruel. Todos os dias têm sido de práticas de exercício mental:

1) Fique calma. 2) Espere o tempo passar 3) Existem problemas maiores que os seus 4) Tenha fé.


Se está adiantando?! Nada! Nem um pouco. Sabe o que me faria bem, você de novo ao meu lado. 


Estou ficando piegas.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Em um dia qualquer de setembro

Em uma manhã qualquer, de um lugar qualquer no mundo.

Brasília, 18 de setembro de 2012

"Que peça a vida me pregou, ontem foi um dia difícil, pra não dizer que foi o pior do ano. Chorei o dia inteiro, não tomei café (meu pingado), não almocei e resolvi tomar um chá de camomila quando cheguei em casa, mas não desceu nem a metade. A primeira vez que a fome se foi, agora sim entendo as pessoas que sofrem por amor e que dizem não sentir fome e, que forma horrível de perder o apetite, diga-se de passagem. Bem, foi uma noite longa, cheguei em casa, tomei banho, mas abri meu 'facebook' e você não estava lá, só havia vazio na internet, na sala, no quarto, na cozinha, em todos os cantos e no meu coração. Li sua mensagem aos prantos, tantas lágrimas, tanto choro, as suas palavras foram como tapas, facadas, me senti morrendo, perdendo todos os meus sentidos, um a um, inclusive a capacidade de raciocinar (inclusive são 10:36 da manhã aqui em Brasília, estou no escritório, e o nó na garganta quase me impede de respirar), chorei, chorei, chorei... Deixei doer, tudo que tinha pra doer. Fui banhar, houve mais choro, pedi a Deus que me confortasse e me conformasse, como ele faz com as pobres vidas que perdem entes queridos e ficam viúvas e órfãs, foi essa a parte da minha oração que se tornou mais sublinhada e enfática, oração que se tornou súplica." (...)

"Acordei às 6:30, nem quis cochilar mais, era pesadelo ao invés de sol e bom dia. Sai logo pra rua, minha casa está insuportável, pra mim todos os dias você esteve lá, e foi embora ontem sem se despedir, deixou apenas uma carta na estante, me privou até de ouvir o que eu mais gosto em você, além do seu sorriso, sua voz! A "viagem" de casa até o trabalho durou por volta 1:30 min dessa vez, mas meu Deus! Eu pensei que já havia se passado 5 horas, uma eternidade, eu sozinha com meus pensamentos, ora te amando muito, ora brigando com você e no final briguei comigo. Te perdi." (...)

'Você mudou de ideia'
'Antes eu sonhava, agora já não durmo'



"Trago no peito, no lugar de um coração, um órgão feito de chumbo. A tristeza transpassou a alma e passou a ser física, sinto dor por todo o corpo e o que mais pesa é o coração. Tá difícil carregar ele por onde eu ando. Queria ter deixado contigo, porém, você achou muito pesado e me devolveu." (...) 

"Perdi meu lugar seguro. Você levou a minha paz. E deixou a saudade. Você levou mais do que deixou e isso não é justo."

"Obrigada por tudo, por me fazer ser uma pessoa melhor, por me fazer acreditar no amor, obrigada por me mostrar que não adianta reclamar (as coisas não vão mudar só reclamando), obrigada por ser bom comigo, obrigada por me ensinar a diferenciar a tecnologia de um iOS pra um andróide, obrigada por me deixar participar da sua vida por um tempo, obrigada por dividir seus medos comigo, obrigada por me deixar opinar na sua vida, obrigada por ter sido meu todo esse tempo, obrigada pela sua fidelidade e lealdade comigo (você é digno de toda a minha admiração, preste bem atenção nessas palavras: NÃO HÁ HOMEM NO MUNDO QUE EU ADMIRE MAIS QUE VOCÊ!!), obrigada por me fazer feliz, obrigada por me fazer usar óculos (se não fosse você, até hoje não teria feito), obrigada pelos apelidos carinhosos, obrigada pelo apoio, obrigada por ficar comigo, obrigada por me acarinhar, por me amar, por me deixar segura, obrigada por ter deixado eu ser sua, obrigada por me ensinar tantas coisas... Precisaria de uma vida inteira pra demonstrar minha gratidão e meu amor. Mas isso, me foi tirado. Infelizmente." (...)

'Como pode ser gostar de alguém e esse tal alguém não ser seu'


"DESPEDIDA:  (é tchau e não adeus, tá!)

Seja feliz amor, você merece! Não se arrependa por ter me amado e ter sentido o amor, você foi meu melhor presente de 2012, a coisa mais linda que já me aconteceu, eu vou sempre te amar, como sempre te amei desde que te conheci, você vai ser meu dengo e meu nego, a paixão mais gostosa que já experimentei, eu deixo pra você 730 beijos, contados 2 beijos por dia, durante um ano, um de boa noite e um de bom dia. Mas não quero que entre nós aconteça esse hiato de um ano. De verdade. Vou orar por isso. Meu sorriso sempre vai ser mais feliz contigo. Meus melhores beijos ainda serão seus." (...)
 


Trechos de uma carta de despedida.




sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Ana



Nem estrela apareceu, no céu.
Nem sorriso aconteceu, no breu.
13.09


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Destroços

Me vi
        Pernas
                 Músculos
                              Braço
                                      E rosto
                                                Colados no chão frio.

Foram minutos
                     Que pareciam horas
                                                  Sucumbia ao choro
                                                                                Dor.

Consigo olhar pra trás
                         Já posso manter meus olhos firmes lá
                                                                                Cerro o olhar
                                                                                                  Vi tanta coisa mudar.
                                                   


Tantos destroços, uma amostra de terror e guerra.





1 tom de cinza


Hoje levantei com muito sono, arrumei-me depressa como de costume e desejei ter um bom dia, ao sair pra fora percebi que Brasília estava num tom de cinza, é a época do ano. Mas não me acostumo, o cinza rompeu o exterior da paisagem e encobriu meu rosto, fez de mim depósito e me tornei cinza, homogenizada à cor da cidade. Percebi que o presente pra mim tem sido de incertezas, não consigo dar um passo sem que eu tenha dúvidas,  acho que acontece com todos. Não me sinto especial por isso, me sinto comum. Certamente esse texto não terá um final conclusivo, porém, isso não me importa. Não cheguei nem na metade, quero não ter pressa para o fim. Todas inseguranças um dia se tornam certezas, vou sentar na calçada da vida, refletir, cruzar as pernas e olhar elas passarem, como tem que ser.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Saudade


Sobre a culpa 

não te culpo 
sobre o amor 
aconteceu 
sobre o desejo 
continua aceso 
sobre a saudade 
vem logo que eu estou morrendo.






Obra de Di Cavalcanti.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Incansável amar


Olhando de longe, dizem que é decidida.
Capaz, cheia de força e valentia.
Comentam que já sofreu de amores impossíveis.
Outros sabem que teve paixões platônicas.
Alguns deduzem, tentam adivinhar seus pensamentos.
Uns amam, outros a odeiam.
Tantos outros dizem que não vivem sem ela.
Muitos a deixaram.

Foi cortejada, galanteada, desejada...
Sentiu-se ser traída, julgada, pressionada...

Caiu, foi a bancarrota.
Sentiu a falência do seu músculo mais pulsante.
Dor, estava a míngua.
Sentiu o horror, a sofreguidão, experimentou a alma ser arrancada.

Sentou, padeceu todo o sentimento.
Na ruína, juntou todos os cacos dela mesma.
Perguntou-se, como se viesse obter respostas.
Por quê?! Pra quê?! Qual o sentido?! Com que propósito?!
Silêncio.

Sono, dormiu com o rosto molhado no pranto doído.
Sol, acordou como quem acorda num pesadelo.
Mês, preencheu os dias com meios sorrisos e disfarces.
Deus! Como foi difícil fingir estar bem.
Teatro, a mentira virou verdade.
Paz.

Hoje, deu-se uma outra oportunidade de amar.
Loteria, comprou o bilhete do amor.
Sorte, acertou na cabeça.
Amor, agora ela é um em forma de dois.
Sossego.

          Sossego.

                  Sossego.

                            Sós.

                                 Ego.







segunda-feira, 30 de julho de 2012

Vislumbre da Vida


O exato momento em que você se dá conta que não adianta querer olhar e encarar o sol, ele não te deixa ver com clareza, vai ofuscar seus olhos... Até então você se render à sua imponência e, esperar paciente até que ele se ponha, assim ele, também, uma hora se deixará ser visto no fim do horizonte, no limite do fundamento, é o instante que a nitidez é alcançada pelo nosso olhar.



Lucélia C. Fernandes

DM de Amor

Com uma Ajudante de Mágico






Eu penso que o estado sofrer, é um momento muito seu; dor, impassível de divisão, muito particular. Por isso acredito que fazemos reflexões

54s
profundas acerca da vida, do viver, do ser, do outro (enquanto pessoa), escrever nesse estado peculiar, diria único, torna a escrita

14s
verdadeiramente íntima e retiramos de si o elixir da alma.




Lucélia C. Fernandes





Verdade seja dita

"Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos."
(Confúcio)



Quando as pessoas aprenderem que confiança não se compra nem se vende e não se negocia, evitaremos gastar nosso latim em debates e discussões vãs. Se você deseja que lhe deem crédito, faça por merecer... 


Torne-se confiável plantando verdade!







Lucélia C. Fernandes

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A ilustre presença da solidão


Ah! Se eu fosse falar das nuvens carregadas que trago no 

meu olhar, precisaria de ouvidos sinceros e de pupilas 

calmas para me enxergar.




Lucélia C. Fernandes


sábado, 14 de julho de 2012

"AmadurEssência"



Deixa eu falar, me expor, cometer equívocos, amar de forma intensa, colocar em pratos limpos, quero ter as características da água e por fim não precisar de pingos pra colocar nos "is"
(eu)




Abafar sentimentos, não dizer o que pensa, evitar confrontos, silenciar pensamentos, manter as etiquetas e os bons costumes, maneirar nas palavras, ser agradável por educação, 
manter a pose, fazer tipo, ser politicamente correto, sufocar a raiva, empacotar a angústia, congelar a dor, manter-se entalada, engolir o choro, consentir o aperto no coração, duvidar do amor... 



Se tudo isso for amadurecimento, não sei se gostei de amadurecer.






Lucélia C. Fernandes

terça-feira, 10 de julho de 2012

Lição do dia




"Nunca penso no futuro, ele chega rápido demais."

( Albert Einstein ) 


Hoje pela manhã fiz uma reflexão a despeito da minha ansiedade em relação ao tempo, que aos meus olhos mais parece se arrastar. Vi uma senhora de cabelos brancos e cintilados, nos seus olhos havia cansaço, um olhar de quem viveu muito e teve que esperar por todas as etapas da vida. Olhei as rugas, o caminhar quase em "slow motion" e para cada passo um esforço, percebi nela também, um sorriso leve, descontraído, quase tímido... Toda essa observação me fizeram perceber, que eu, tão egoísta comigo, tenho querido estar no futuro e não aproveitar o presente. Isso não está certo, não deve ser assim que as coisas têm que funcionar... O tempo é cruel, ele não volta atrás! Nessa correria do dia-a-dia, com todos os meus problemas e crises, deve-se ter algo de proveitoso, não quero ser mal agradecida com a vida, afinal ela tem sido bem generosa comigo... Tenho saúde, amigos, família, saúde... Tá, não tenho muita grana, inclusive acho importante, todavia, não a coloco como prioridade na minha vida. Portanto, tentarei ser capaz de viver um dia de cada vez, sem tantas reclamações e inconformismo. 




Lucélia C. Fernandes

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Um grito quieto


Pior que o silêncio, 
Foram minhas perguntas...
As repostas vagas.
Tão ocas,
Que parecem esse teu coração vazio.
Fiquei ali, 
Vagando nos teus monossílabos,
Tentei refletir sobre seus "sims" e "nãos".
Era difícil retirar algo dessa miséria de falas.
Queria uma briga, 
Gritos, choro, um diálogo violento que fosse!
Qualquer coisa menos isso que se tornou tão repetitivo,
Eu sozinha, falando, um monólogo...
Tentando chamar tua atenção, 
Quase num grito, digo: 
Você vai me perder!!
Nada... 
Você não fez nada. 
Fiquei anestesiada, 
Não sinto sequer um arrepio.
O que era dor, se tornou
Menos que nada.
Meus olhos já não olham na tua direção.
Cansados, procuram um céu azul,
Um descanso nas lindas paisagens de um novo amor.

Lucélia C. Fernandes

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Atingível & Possível

Esse tempo todo planejando.
Um milhão de exageros via mensagens.
Somos feitos um para o outro,
E levamos tanto tempo pra perceber.
Nasceu, foi, aconteceu.
Agora, reside em mim,
Vontade do nosso canto,
Da nossa cama...
Da nossa bagunça arrumada.
Todos os sorrisos serão nossos.
Foram incontáveis dias.
Nem se quis saber quantos ainda são,
Que ainda faltam...
Finjamos que o tempo não existe.

Quero suas provocações
Logo quando despertar.
Fazer-me-ia de boba,
Todavia, pra quê?
Quero tanto quanto você!

Vem, toma café comigo,
Sente o cheiro da manhã.
Viu, estamos juntos.
Demo-nos as mãos e
Houve silêncio e paz.




Lucélia C. Fernandes

Amor Postado


  • Vou publicar nosso amor.
    Botar cartaz do quanto te amo.
    As pessoas vão nos invejar.
  • Querer ser eu, querer ser você.
  • De tanto amor.
  • Porque no mundo,
  • Não tem quem eu queira mais bem.
  • E quem eu queira mais fazer feliz que você meu bem.
  • Eu te amo, simples assim.


    Lucélia C. Fernandes

terça-feira, 3 de julho de 2012

Baseado em fatos (I)rreais



Lembro-me de momentos vividos.
Tão somente lembranças, nada além disso.
Ninguém quis mais lutar essa batalha. 
Cansamos, enfim...
Enfadados, fatigados, esgotados...
Largamos os dois as armas.

Nem ataques e nem bandeira de paz. 
Só desistimos.
Seguimos caminhos divergentes.
Sejamos felizes assim,
Com o divórcio dos nossos olhares.


Lucélia C. Fernandes

sábado, 30 de junho de 2012

Último dia do mês


E lá se vai mais um mês, a cada dia que se passa me transformo numa confusão de sentimentos, ora excitada, ora apreensiva. Tenho sido agradecida, a vida tem sido generosa comigo, recebi bons motivos pra sorrir e fazer sorrir. Recebi novas lições, tais como, acreditar novamente no amor e o que ele pode me proporcionar. Aqui nos bastidores, vive uma mulher que não quer viver mais contida, abafada, silenciosa, apática e morta/mórbida. Aqui dentro existe um reator atômico, prestes a ser ativado, pronto pra explodir, espalhando por todos os lados partículas altamente energéticas... nelas contêm paixão, vida, êxtase, desejo, e ah, toda forma de amor. Sentir o lado bom da vida.


Lucélia C.  Fernandes 

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O dia amanheceu



O sol surgiu e junto com ele novas esperanças, pela manhã parecia que ele me abraçava e me aquecia, como estava precisando. 
Passadas as horas ruins, a intranquilidade do dia anterior, vi diante do espelho um novo brilho no olhar, amadurecido, firme e decidido. 
Vontade de permanecer neste cenário colorido, não quero que acabe o dia sem eu ter dito a quem interessar possa, que a vontade atinge o limite da distância, supera o tempo e permanece forte como dantes.


Lucélia C. Fernandes

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O tempo me salvou

Fiz o meu caminho de cabeça baixa, evitando olhares e pensamentos sobre o cotidiano. Sensação horrível de não querer existir! Por uns instantes apenas, desejo que o mundo ao meu redor pare, se ele pudesse me esperar pra que eu pudesse voltar a órbita, queria acompanhar o caminhar dos que me rodeiam, quase chego a suplicar por isso. - Espera-me um pouco. Mas, não vai acontecer. Desejo sucumbir, deitar e esperar que as coisas se resolvam. Voltar a um passado mais tranquilo ou ir a futuro próximo, só não quero o presente, este tem sido cansativo, posso dizer que carrego um fardo do dia atual. Quero ajuda de alguém, um braço forte para dividir o peso, talvez uma alma paciente que esteja disposta a me ouvir ou ainda ficar em silêncio comigo. Um alívio, um paliativo, um aconchego, uma calma, um poema singelo, um abraço, um remédio contra desespero, um doce, um relógio parado, uma janela aberta, um olhar distante, um perfume que me traga a memória cenários de criança... Por favor, alguma coisa que me faça sair daqui! Gosto de acreditar, de ter a sensação que o tempo, ah, o cruel tempo, este que hoje o trato como meu carrasco, de alguma maneira possa me ajudar e num futuro remoto, possa dizer: O tempo me salvou. 


Lucélia  C. Fernandes

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Description



Enfermeira profissionalmente... desastrada desde sempre, vê na comida um refúgio, sonha em ver um dia seu cabelo longo e loiro, pretende (talvez) fazer uma, duas ou três tatuagens, acha terapêutico brigar/discutir, gosta de domingos, mas prefere os sábados, apaixonada por fotografia e café, acredita na educação como meio de ascensão social, parece mais filha de Victor do que mãe, não suporta conversar pela manhã, tem pouca paciência pra drama, sofre de déficit de atenção, não tem memória preservada, quer um dia ter um labrador que vai se chamar Juízo, adora suco de cajá, vai aprender tocar gaita, tem um chaveiro que a acompanha há anos, escreve pra não falar, lê pra não ouvir, atende pelo apelido de Lu, é indiferente com os falsos, acha esse negócio de moralismo "old", ainda usa clichês, desorganizada desde que nasceu, geneticamente funcional, colaborativa desde que se pague bem, faz amizades com pouca facilidade, tem mania de se tornar chata quase todo dia, achou o cara imperfeito mais perfeito para dividir a vida com ela e ama ter a sensação de que vai ficar tudo bem. Pra você que achava que me conhecia, o desprazer é todo seu.


Lucélia C.  Fernandes

terça-feira, 5 de junho de 2012

Meu tempo é seu

E todo esse tempo não será em vão.


Cadê aquele sorriso que brotava ao me ver? Onde foi parar o interesse em saber sobre o meu dia? E aquela saudade infinita, você resolveu guardar pra depois? E os nossos planos, "tá de " ou mudou de ideia? 

Melhor não fazer tantas perguntas, você está longe, prefiro ficar sem respostas agora do que ouvir o que não quero, talvez adiar um sofrimento, mas quem nunca fez isso? Nesse meio tempo, vou tentar redescobrir quem eu era antes do tumulto que você causou na minha vida. Ficar estável, sem brigas, discussões, dizer  um oi, bom dia, boa noite, durma bem... Vou me contentar com isso, até que o tempo vagarosamente passe e, com ele, leve o medo, a angústia, o dissabor, a dúvida, o tremor, a falta, a tristeza, a ausência, a distância e a saudade. No findar desse esperado prazo, a distância, de fato, seja  uma questão de tempo, horas e minutos, aí então esse turbilhão de coisas vai passar e seremos eu e você... Juntos, ligados, colados, parados no olhar, no corpo, no balanço, no cochilar, num apetite sem fim. 

Porque a voz dele me toca feito as mãos

e as mãos dele me envolvem feito fábulas.

E as duas, quando passeiam em mim

desabotoam

minhas mais
mal-comportadas
palavras.



(Marla de Queiroz)


Lucélia C. Fernandes

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Quem é de verdade Sabe





Eu gosto é de gente que tem caráter, que não mente de graça, que acha importante se importar, não vive de fingimento, que não suporta falsidade, aprecio até as pessoas que falam na cara... Que são abundantes no verdadeiro desaforo, desde que justo, essas eu me dou bem. Mas, não daquelas que enganam despudoradamente, com a malícia dos lobos, com a astúcia das cobras, ainda aquelas que passam por cima dos sentimentos alheios e tentam se promover visando uma exibição barata. À essas pessoas, minha pena e minha indiferença. 
Não tenho muitos amigos, mas os que tenho são do tamanho de um batalhão em humildade, verdade, companheirismo, amizade e sobretudo lealdade. À esses, meu eterno e mais sincero amor. 
P.S.: Não é desabafo, nem um 'fica a dica' e nem indireta. Gosto de chamar de tutorial às avessas do passo a passo de como viver no mundo.

Lucélia C. Fernandes

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Bom dia BRASÍLIA

Mais um dia preguiçoso na capital do meu País! Como diz Chico Buarque, "Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu. A gente estancou de repente
ou foi o mundo então que cresceu". Nesse ritmo segue Brasília, a polícia militar mais bem paga do Brasil seguia na operação tartaruga, enquanto a criminalidade seguia na operação Leopardo, índices alarmantes de criminalidade nos últimos meses. Já os professores ofendem a educação com uma greve interminável, já Agnelo e Sindicato, estão brincando do jogo de empurra e com uma pitada de humor, o Senador Renan Calheiros, é cotado para ser o presidente da Comissão de Ética em mais uma CPI. Realmente, preguiça eterna do caminhar da politicagem de Brasília, que caminha "à passos de formiga e sem vontade",  ai de nós cidadãos ocupados demais pra se importar com a próxima eleição. Um voto para a conscientização de cidadania nas eleições. 




Lucélia C. Fernandes