Cadê aquele sorriso que brotava ao me ver? Onde foi parar o interesse em saber sobre o meu dia? E aquela saudade infinita, você resolveu guardar pra depois? E os nossos planos, "tá de pé" ou mudou de ideia?
Melhor não fazer tantas perguntas, você está longe, prefiro ficar sem respostas agora do que ouvir o que não quero, talvez adiar um sofrimento, mas quem nunca fez isso? Nesse meio tempo, vou tentar redescobrir quem eu era antes do tumulto que você causou na minha vida. Ficar estável, sem brigas, discussões, dizer só um oi, bom dia, boa noite, durma bem... Vou me contentar com isso, até que o tempo vagarosamente passe e, com ele, leve o medo, a angústia, o dissabor, a dúvida, o tremor, a falta, a tristeza, a ausência, a distância e a saudade. No findar desse esperado prazo, a distância, de fato, seja só uma questão de tempo, horas e minutos, aí então esse turbilhão de coisas vai passar e seremos eu e você... Juntos, ligados, colados, parados no olhar, no corpo, no balanço, no cochilar, num apetite sem fim.
Porque a voz dele me toca feito as mãos
e as mãos dele me envolvem feito fábulas.
E as duas, quando passeiam em mim
desabotoam
minhas mais
mal-comportadas
palavras.
(Marla de Queiroz)
Lucélia C. Fernandes
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