quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Prolongan(dor)



O dia amanheceu nublado e há muito vento lá fora, parece que o clima de setembro está mudando. E aqui dentro faz frio, eu vejo as pessoas falando que você precisa racionalizar as coisas, que basta acreditar que as coisas acontecem... No mundo em que eu vivo isso não faz o menor sentido. Imagina, eu adoraria poder fazer uso dessa ferramenta, o máximo que tenho conseguido nesses dias difíceis é dar algumas risadas de uns desenhos bobos que tenho visto com os filhos de uma amiga, tenho malhado até chegar a exaustão do meu corpo, pra que eu só tenha um restinho de força, que uso para banhar e me desabar no sono. Esse é o único momento desejável do dia. 
Dormir. Desconectar. Desligar. Pausar. Parar.

Quando acordo, as lembranças retomam seu estado presente, aos poucos vão me remetendo a minha verdadeira realidade, que por sinal tem sido bastante cruel. Todos os dias têm sido de práticas de exercício mental:

1) Fique calma. 2) Espere o tempo passar 3) Existem problemas maiores que os seus 4) Tenha fé.


Se está adiantando?! Nada! Nem um pouco. Sabe o que me faria bem, você de novo ao meu lado. 


Estou ficando piegas.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Em um dia qualquer de setembro

Em uma manhã qualquer, de um lugar qualquer no mundo.

Brasília, 18 de setembro de 2012

"Que peça a vida me pregou, ontem foi um dia difícil, pra não dizer que foi o pior do ano. Chorei o dia inteiro, não tomei café (meu pingado), não almocei e resolvi tomar um chá de camomila quando cheguei em casa, mas não desceu nem a metade. A primeira vez que a fome se foi, agora sim entendo as pessoas que sofrem por amor e que dizem não sentir fome e, que forma horrível de perder o apetite, diga-se de passagem. Bem, foi uma noite longa, cheguei em casa, tomei banho, mas abri meu 'facebook' e você não estava lá, só havia vazio na internet, na sala, no quarto, na cozinha, em todos os cantos e no meu coração. Li sua mensagem aos prantos, tantas lágrimas, tanto choro, as suas palavras foram como tapas, facadas, me senti morrendo, perdendo todos os meus sentidos, um a um, inclusive a capacidade de raciocinar (inclusive são 10:36 da manhã aqui em Brasília, estou no escritório, e o nó na garganta quase me impede de respirar), chorei, chorei, chorei... Deixei doer, tudo que tinha pra doer. Fui banhar, houve mais choro, pedi a Deus que me confortasse e me conformasse, como ele faz com as pobres vidas que perdem entes queridos e ficam viúvas e órfãs, foi essa a parte da minha oração que se tornou mais sublinhada e enfática, oração que se tornou súplica." (...)

"Acordei às 6:30, nem quis cochilar mais, era pesadelo ao invés de sol e bom dia. Sai logo pra rua, minha casa está insuportável, pra mim todos os dias você esteve lá, e foi embora ontem sem se despedir, deixou apenas uma carta na estante, me privou até de ouvir o que eu mais gosto em você, além do seu sorriso, sua voz! A "viagem" de casa até o trabalho durou por volta 1:30 min dessa vez, mas meu Deus! Eu pensei que já havia se passado 5 horas, uma eternidade, eu sozinha com meus pensamentos, ora te amando muito, ora brigando com você e no final briguei comigo. Te perdi." (...)

'Você mudou de ideia'
'Antes eu sonhava, agora já não durmo'



"Trago no peito, no lugar de um coração, um órgão feito de chumbo. A tristeza transpassou a alma e passou a ser física, sinto dor por todo o corpo e o que mais pesa é o coração. Tá difícil carregar ele por onde eu ando. Queria ter deixado contigo, porém, você achou muito pesado e me devolveu." (...) 

"Perdi meu lugar seguro. Você levou a minha paz. E deixou a saudade. Você levou mais do que deixou e isso não é justo."

"Obrigada por tudo, por me fazer ser uma pessoa melhor, por me fazer acreditar no amor, obrigada por me mostrar que não adianta reclamar (as coisas não vão mudar só reclamando), obrigada por ser bom comigo, obrigada por me ensinar a diferenciar a tecnologia de um iOS pra um andróide, obrigada por me deixar participar da sua vida por um tempo, obrigada por dividir seus medos comigo, obrigada por me deixar opinar na sua vida, obrigada por ter sido meu todo esse tempo, obrigada pela sua fidelidade e lealdade comigo (você é digno de toda a minha admiração, preste bem atenção nessas palavras: NÃO HÁ HOMEM NO MUNDO QUE EU ADMIRE MAIS QUE VOCÊ!!), obrigada por me fazer feliz, obrigada por me fazer usar óculos (se não fosse você, até hoje não teria feito), obrigada pelos apelidos carinhosos, obrigada pelo apoio, obrigada por ficar comigo, obrigada por me acarinhar, por me amar, por me deixar segura, obrigada por ter deixado eu ser sua, obrigada por me ensinar tantas coisas... Precisaria de uma vida inteira pra demonstrar minha gratidão e meu amor. Mas isso, me foi tirado. Infelizmente." (...)

'Como pode ser gostar de alguém e esse tal alguém não ser seu'


"DESPEDIDA:  (é tchau e não adeus, tá!)

Seja feliz amor, você merece! Não se arrependa por ter me amado e ter sentido o amor, você foi meu melhor presente de 2012, a coisa mais linda que já me aconteceu, eu vou sempre te amar, como sempre te amei desde que te conheci, você vai ser meu dengo e meu nego, a paixão mais gostosa que já experimentei, eu deixo pra você 730 beijos, contados 2 beijos por dia, durante um ano, um de boa noite e um de bom dia. Mas não quero que entre nós aconteça esse hiato de um ano. De verdade. Vou orar por isso. Meu sorriso sempre vai ser mais feliz contigo. Meus melhores beijos ainda serão seus." (...)
 


Trechos de uma carta de despedida.




sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Ana



Nem estrela apareceu, no céu.
Nem sorriso aconteceu, no breu.
13.09


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Destroços

Me vi
        Pernas
                 Músculos
                              Braço
                                      E rosto
                                                Colados no chão frio.

Foram minutos
                     Que pareciam horas
                                                  Sucumbia ao choro
                                                                                Dor.

Consigo olhar pra trás
                         Já posso manter meus olhos firmes lá
                                                                                Cerro o olhar
                                                                                                  Vi tanta coisa mudar.
                                                   


Tantos destroços, uma amostra de terror e guerra.





1 tom de cinza


Hoje levantei com muito sono, arrumei-me depressa como de costume e desejei ter um bom dia, ao sair pra fora percebi que Brasília estava num tom de cinza, é a época do ano. Mas não me acostumo, o cinza rompeu o exterior da paisagem e encobriu meu rosto, fez de mim depósito e me tornei cinza, homogenizada à cor da cidade. Percebi que o presente pra mim tem sido de incertezas, não consigo dar um passo sem que eu tenha dúvidas,  acho que acontece com todos. Não me sinto especial por isso, me sinto comum. Certamente esse texto não terá um final conclusivo, porém, isso não me importa. Não cheguei nem na metade, quero não ter pressa para o fim. Todas inseguranças um dia se tornam certezas, vou sentar na calçada da vida, refletir, cruzar as pernas e olhar elas passarem, como tem que ser.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Saudade


Sobre a culpa 

não te culpo 
sobre o amor 
aconteceu 
sobre o desejo 
continua aceso 
sobre a saudade 
vem logo que eu estou morrendo.






Obra de Di Cavalcanti.