sábado, 30 de junho de 2012

Último dia do mês


E lá se vai mais um mês, a cada dia que se passa me transformo numa confusão de sentimentos, ora excitada, ora apreensiva. Tenho sido agradecida, a vida tem sido generosa comigo, recebi bons motivos pra sorrir e fazer sorrir. Recebi novas lições, tais como, acreditar novamente no amor e o que ele pode me proporcionar. Aqui nos bastidores, vive uma mulher que não quer viver mais contida, abafada, silenciosa, apática e morta/mórbida. Aqui dentro existe um reator atômico, prestes a ser ativado, pronto pra explodir, espalhando por todos os lados partículas altamente energéticas... nelas contêm paixão, vida, êxtase, desejo, e ah, toda forma de amor. Sentir o lado bom da vida.


Lucélia C.  Fernandes 

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O dia amanheceu



O sol surgiu e junto com ele novas esperanças, pela manhã parecia que ele me abraçava e me aquecia, como estava precisando. 
Passadas as horas ruins, a intranquilidade do dia anterior, vi diante do espelho um novo brilho no olhar, amadurecido, firme e decidido. 
Vontade de permanecer neste cenário colorido, não quero que acabe o dia sem eu ter dito a quem interessar possa, que a vontade atinge o limite da distância, supera o tempo e permanece forte como dantes.


Lucélia C. Fernandes

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O tempo me salvou

Fiz o meu caminho de cabeça baixa, evitando olhares e pensamentos sobre o cotidiano. Sensação horrível de não querer existir! Por uns instantes apenas, desejo que o mundo ao meu redor pare, se ele pudesse me esperar pra que eu pudesse voltar a órbita, queria acompanhar o caminhar dos que me rodeiam, quase chego a suplicar por isso. - Espera-me um pouco. Mas, não vai acontecer. Desejo sucumbir, deitar e esperar que as coisas se resolvam. Voltar a um passado mais tranquilo ou ir a futuro próximo, só não quero o presente, este tem sido cansativo, posso dizer que carrego um fardo do dia atual. Quero ajuda de alguém, um braço forte para dividir o peso, talvez uma alma paciente que esteja disposta a me ouvir ou ainda ficar em silêncio comigo. Um alívio, um paliativo, um aconchego, uma calma, um poema singelo, um abraço, um remédio contra desespero, um doce, um relógio parado, uma janela aberta, um olhar distante, um perfume que me traga a memória cenários de criança... Por favor, alguma coisa que me faça sair daqui! Gosto de acreditar, de ter a sensação que o tempo, ah, o cruel tempo, este que hoje o trato como meu carrasco, de alguma maneira possa me ajudar e num futuro remoto, possa dizer: O tempo me salvou. 


Lucélia  C. Fernandes

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Description



Enfermeira profissionalmente... desastrada desde sempre, vê na comida um refúgio, sonha em ver um dia seu cabelo longo e loiro, pretende (talvez) fazer uma, duas ou três tatuagens, acha terapêutico brigar/discutir, gosta de domingos, mas prefere os sábados, apaixonada por fotografia e café, acredita na educação como meio de ascensão social, parece mais filha de Victor do que mãe, não suporta conversar pela manhã, tem pouca paciência pra drama, sofre de déficit de atenção, não tem memória preservada, quer um dia ter um labrador que vai se chamar Juízo, adora suco de cajá, vai aprender tocar gaita, tem um chaveiro que a acompanha há anos, escreve pra não falar, lê pra não ouvir, atende pelo apelido de Lu, é indiferente com os falsos, acha esse negócio de moralismo "old", ainda usa clichês, desorganizada desde que nasceu, geneticamente funcional, colaborativa desde que se pague bem, faz amizades com pouca facilidade, tem mania de se tornar chata quase todo dia, achou o cara imperfeito mais perfeito para dividir a vida com ela e ama ter a sensação de que vai ficar tudo bem. Pra você que achava que me conhecia, o desprazer é todo seu.


Lucélia C.  Fernandes

terça-feira, 5 de junho de 2012

Meu tempo é seu

E todo esse tempo não será em vão.


Cadê aquele sorriso que brotava ao me ver? Onde foi parar o interesse em saber sobre o meu dia? E aquela saudade infinita, você resolveu guardar pra depois? E os nossos planos, "tá de " ou mudou de ideia? 

Melhor não fazer tantas perguntas, você está longe, prefiro ficar sem respostas agora do que ouvir o que não quero, talvez adiar um sofrimento, mas quem nunca fez isso? Nesse meio tempo, vou tentar redescobrir quem eu era antes do tumulto que você causou na minha vida. Ficar estável, sem brigas, discussões, dizer  um oi, bom dia, boa noite, durma bem... Vou me contentar com isso, até que o tempo vagarosamente passe e, com ele, leve o medo, a angústia, o dissabor, a dúvida, o tremor, a falta, a tristeza, a ausência, a distância e a saudade. No findar desse esperado prazo, a distância, de fato, seja  uma questão de tempo, horas e minutos, aí então esse turbilhão de coisas vai passar e seremos eu e você... Juntos, ligados, colados, parados no olhar, no corpo, no balanço, no cochilar, num apetite sem fim. 

Porque a voz dele me toca feito as mãos

e as mãos dele me envolvem feito fábulas.

E as duas, quando passeiam em mim

desabotoam

minhas mais
mal-comportadas
palavras.



(Marla de Queiroz)


Lucélia C. Fernandes

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Quem é de verdade Sabe





Eu gosto é de gente que tem caráter, que não mente de graça, que acha importante se importar, não vive de fingimento, que não suporta falsidade, aprecio até as pessoas que falam na cara... Que são abundantes no verdadeiro desaforo, desde que justo, essas eu me dou bem. Mas, não daquelas que enganam despudoradamente, com a malícia dos lobos, com a astúcia das cobras, ainda aquelas que passam por cima dos sentimentos alheios e tentam se promover visando uma exibição barata. À essas pessoas, minha pena e minha indiferença. 
Não tenho muitos amigos, mas os que tenho são do tamanho de um batalhão em humildade, verdade, companheirismo, amizade e sobretudo lealdade. À esses, meu eterno e mais sincero amor. 
P.S.: Não é desabafo, nem um 'fica a dica' e nem indireta. Gosto de chamar de tutorial às avessas do passo a passo de como viver no mundo.

Lucélia C. Fernandes