quinta-feira, 30 de maio de 2013

Mãe


Estava deitada, sozinha, acostumada ao meu silêncio, quando ela entrou pela porta. Ao notar a sua presença, disse:
- Pois não, senhora.
- Eu te conto as coisas, você fica chateada, depois ele vai notar que o trata diferente. (Cochichou.)
- Nem é por isso que fiquei chateada, é outra coisa. Estou sem paciência hoje. 
- Não pode ficar sem paciência.
- (?)

Ela saiu como se tivesse resolvido tudo e sem me entender em nada. 

Talvez esse seja o problema do mundo, as pessoas falam o que as afligem, mas não ouvem as aflições alheias, tampouco se importam. Não que ela não se importe comigo. É uma guerra travada de interesses sentimentais e existencialistas. O dela é manter o nosso mundo sob constante supervisão e em "equilíbrio". 

O meu é só ter paz. 



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